Psicologia Transpessoal: uma nova abordagem de desenvolvimento pessoal
Quando olhamos para a sociedade atual, é possível notar muita dor e sofrimento. Os índices de ansiedade e depressão estão crescendo em diversos países. A violência também é um fator presente no mundo. Para que possamos nos curar como humanidade é preciso resgatar a paz e amor que existe dentro de nós. A psicologia transpessoal permite que a pessoa desenvolva o seu Ser, conseguindo com isso acessar esses estados internos, que poderão então ter um reflexo no ambiente externo, conseguindo com isso transformar positivamente as famílias, instituições, empresas e sociedade.
Para a Psicologia Transpessoal a meta do ser humano é a Transcendência, o desenvolvimento do Ser. É uma linha de pesquisa da psicologia que inclui a dimensão da espiritualidade, como forma de ampliar a compreensão do ser humano enquanto ser metafísico, logo, multidimensional. Busca ampliar o estado da consciência, com foco no desenvolvimento do Ser, levando à transcendência.
Ao expandirmos a consciência passamos a ter uma ampliação da visão e compreensão do mundo, do que é importante para nós, da nossa interdependência com os demais. Permite que a gente saia do piloto automático inconsciente e resgate a nossa verdadeira essência, e com isso possamos construir a vida que desejamos, e alcançar a plenitude e felicidade. A partir deste resgate conseguimos nos conectar novamente com valores universais como a generosidade e a compaixão. São esses valores que levarão a construirmos um mundo mais humano, justo e ético.
Ao longo do nosso desenvolvimento vamos formando o nosso ego, que é um constructo mental que criamos, para sermos aceitos e amados, mas que não define quem nós somos. E para reconhecermos quem nós somos, precisamos transcender essa identificação com o ego, compreendendo que ele é apenas uma parte integrante do nosso ser. Nesse sentido compreendemos a palavra transpessoal, como indo além do pessoal, da personalidade, do ego.
O processo que possibilita a existência do ego é a identificação. A identificação ocorre quando nos apegamos a algo, ou julgamos necessitar algo, transformando isso como parte de nossa identidade. Alguns exemplos são os papéis que assumimos, máscaras que usamos, ideias, crenças, que acreditamos representar quem nós somos. No entanto, o processo de identificação oculta nosso verdadeiro ser, nosso self. A Psicologia Transpessoal entra como um processo terapêutico que irá levar à desidentificação desses conteúdos, gerando um distanciamento do que nos faz sofrer, e com isso um retorno para o nosso verdadeiro Ser.
O postulado básico da Psicologia Transpessoal é que toda vivência da realidade é função do estado de consciência em que nos encontramos (VR=f(EC). Ou seja, se estamos vivenciando a realidade a partir do estado de consciência do ego, vamos dar um determinado significado para as situações que ocorrem à nossa volta. Se estamos vivenciando a realidade a partir de um estado expandido de consciência, na qual compreendemos a nossa conexão com o mundo, iremos interpretar as situações à nossa volta de outra forma. Um exemplo disso poderia ser uma discussão com alguém. No estado de ego, eu poderia interpretar que esta pessoa quer me prejudicar, ou me diminuir. Num estado ampliado de consciência eu poderia interpretar que esta situação tem como objetivo me ensinar algo sobre mim mesmo, me ajudar a evoluir, e que esta pessoa a minha frente de certa forma é um “mestre” em minha vida e em meu crescimento.
A consciência é quem cria a nossa realidade. A vivência da realidade é função direta do estado de consciência em que nos encontramos. Se a psicologia busca ajudar o ser humano no seu desenvolvimento, isso envolve auxiliá-lo na capacidade de transcender o seu ego, e identificar que ele fez parte de algo maior. Esse paradigma permite que surja uma consciência e compromisso com o todo, para que possamos crescer individualmente integrados com tudo o que nos cerca.
